Celebração

Na cidade de São Paulo, Catedral da Sé completa 70 anos

Catedral Metropolitana Nossa Senhora da Assunção é a igreja-mãe da Arquidiocese de São Paulo e patrimônio histórico dos paulistas.

Da redação, com Arquidiocese de SP

 

Nesta quinta-feira, 5, a Catedral Metropolitana Nossa Senhora da Assunção, conhecida popularmente em São Paulo como Catedral da Sé, celebra 70 anos de existência. A igreja-mãe da Arquidiocese de São Paulo é patrimônio histórico dos paulistas. A palavra ‘Sé’ significa “sede”, do latim sedis episcopalis (sede episcopal), ou seja, a igreja catedral de uma diocese.

A história da Catedral de São Paulo começa em 1589, quando foi decidido que deveria ser construída uma igreja matriz na pequena vila de São Paulo de Piratininga. O cacique Tibiriçá, figura histórica do início da cidade, determinou o terreno onde seria edificado o templo, próximo de onde está a atual Sé, construído em taipa de pilão e concluído em 1616.

São Paulo pertencia à então Diocese do Rio de Janeiro até 1745, quando o Papa Bento XIV a elevou à sede de Bispado. Consequentemente, a antiga matriz foi elevada à dignidade de catedral e, no mesmo ato, criou-se o Cabido Metropolitano, colégio de sacerdotes, os cônegos, ao qual compete o zelo pela liturgia da catedral. Porém, via-se a necessidade da construção de uma nova catedral, visto que a antiga estava bastante deteriorada. Então, a antiga matriz foi demolida e substituída por uma nova, construída em estilo barroco e concluída em 1764.

A Nova Sé

Foi no século XIX que tiveram início as discussões sobre construção de uma nova catedral, que correspondesse ao crescimento de São Paulo. No final do Império e início da República, a cidade passava pelo desenvolvimento econômico resultante das exportações do café.

Em 1882, foi proposto que a nova Sé fosse construída na Praça dos Curros, atual Praça da República. Seis anos depois, constituiu-se uma comissão responsável pela construção, sendo seu presidente, o senador Antônio Prado.

Com o regime republicano, foi decretada a separação da Igreja e do Estado, acentuando-se um sentimento anticlerical e, por isso, os recursos arrecadados pela Loteria Pró-catedral foram destinados à construção de uma nova Escola Normal, no local definido para a catedral.

Os planos de uma nova catedral retornariam com maior intensidade com Dom Duarte Leopoldo e Silva, que tomou posse na Diocese de São Paulo em abril de 1907 e, no ano seguinte, tornou-se o primeiro Arcebispo de São Paulo, com a elevação da então diocese em sede metropolitana. Uma de suas primeiras decisões foi indicar um novo local para construção, com demolição da antiga Sé. Para obtenção dos recursos financeiros, o arcebispo mobilizou as nobres famílias da cidade, organizando uma Comissão Executiva presidida pelo Conde de Prates. Após longa negociação, os recursos originados pela Loteria Pró-Catedral foram repassados pelo governo e utilizados no início das obras.

A construção

Após a morte de Dom Duarte, em 1938, seu sucessor, Dom José Gaspar de Affonseca e Silva, prosseguiu a construção e criou obras de fundos para continuar o ambicioso projeto até 1943, quando um trágico acidente aéreo tirou-lhe a vida. A continuidade do projeto coube ao terceiro arcebispo de São Paulo, Cardeal Carlos Carmelo de Vasconcellos Motta.

A princípio, a inauguração da nova catedral estava prevista para 1922, durante a comemoração do centenário da Independência do Brasil. Devido à falta de verbas, porém, e a ocorrência das duas grandes guerras mundiais, que atrapalharam as importações dos materiais de construção, a Catedral foi inaugurada, ainda que parcialmente concluída, em 25 de janeiro de 1954, na comemoração do IV centenário da capital paulista.

Restauração

No fim do século XX, o templo apresentava indícios de comprometimento estrutural. Uma grande intervenção em seu entorno para a construção da estação Sé do Metrô – inaugurada em 1978, praticamente sob suas fundações; o crescente fluxo de veículos ao seu redor e o tipo de solo daquela região interferiram, direta ou indiretamente, em sua estrutura.

Em julho de 1999, a Prefeitura de São Paulo constatou a necessidade do fechamento da Catedral por falta de segurança aos seus frequentadores. A igreja, então, passou por um restauro completo, no qual também foram concluídos os 14 torreões previstos no projeto original. A reabertura da Catedral da Sé ocorreu em 2002.

Programação Cultural

A fim de marcar essas sete décadas da Catedral da Sé, estão previstas até dezembro uma série de iniciativas culturais e apresentações musicais gratuitas, em parceria com a Secretaria Estadual da Cultura. A primeira atividade será no Festival Revelando SP, entre os dias 12 e 15, no Parque da Água Branca. No local, haverá uma exposição que incluirá objetos da antiga Sé e do acervo do Museu de Arte Sacra de São Paulo.

Na cidade de São Paulo, Catedral da Sé completa 70 anos.

No vídeo acima, a reportagem é de Aline Imercio e Gilberto Pereira.

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